No Quintal, cinema,música, dança e filosofia
“Cada um tem o seu canto e canta do jeito que quer. Eu também tenho meu canto: eu canto um canto
qualquer”Rogério Dias (do livro Telas de Plasma)
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O Quintal Cultural começou a nascer quando amigos de Rogério passaram a se reunir – como o nome sugere, no quintal – para discutir projetos comuns. Daí a formação de um clube, um Centro Cultural e uma ONG, foi um passo. Mas como o objetivo principal sempre foi a atividade artística, eles resolveram criar o Grupo Teatral Sol Nascente. As peças apresentadas na rua, em frente.
Á entrada da vila do Bom Parto, logo migraram para o quintal que, no dia 8 de setembro de 2007, foi fundado oficialmente como Quintal Cultural.
Desse dia em diante, todos os sábados, às 20 horas – “mais certo que missa” acontece alguma atividade naquele espaço. O público é formado, em sua maioria, por moradores locais, principalmente crianças. Com o tempo, o projeto passou a ter fins educativos, estimulando a participação do público infantil em peças teatrais e danças. Aos sábados durante todo o dia as crianças ensaiam o coco de roda e o break para se apresentarem à noite. “O objetivo principal é dar uma alternativa que as deixem longe da má influência das ruas”, diz Rogério.
“Palavras que a gente fala de forma que o mundo entende Assim como se diz do jeito que compreende Assim que se ensina do jeito como se aprende”
(Rogério Dias)
As apresentações servem para informar e educar não só as crianças, mas todo o público presente. Constantemente a atividade é interrompida para a troca de ideias entre a assistência e os artistas sobre o assunto abordado. Para Rogério,esse é o melhor método para educar, “transformando o entretenimento em algo mais”. Em dias de semana, nas noites de quinta-feira para ser exato
O Cine-clube Quintal Cultural é um sucesso. Uma parede externa da casa de dona Antônia – lugar que já funcionou como ponto de venda de drogas foi transformada em tela. O programa da noite é definido pela comunidade, desde que não apresente uma temática de violência, explica Rogério.
No começo o grupo era formado por Rogério, Fagner Dubrown, Antônio e pessoas convidadas. Hoje as mulheres são parte integrante e ativa. Andréia companheira de Rogério e Alyne Sakura são as atuais coordenadoras do Quintal. Uma das preocupações de Andréa é trabalhar a consciência política das crianças. “Se em algum momento da vida delas a escolha for o tráfico ou a prostituição, elas precisam estar conscientes da opção que fizeram e saber que existem outras possibilidade, outros caminhos”, observa.
Com todas essas atividades, os organizadores do Quintal queriam dar um salto ainda maior.
“Que a vida nos ensine o que o livro não foi capaz”(Rogério Dias)
O Microprojetos Mais Cultura surgiu na hora certa. “A premiação foi fundamental para consolidarmos o nosso projeto”, conta Rogério. “Com ele conseguimos, pela primeira vez, organizar o Encontro da Multiplicidade Artística Periférica, transformando o Quintal Cultural em elo unificador do movimento cultural de periferia em Maceió”.
O recurso possibilitou a compra de um equipamento de som, além do transporte e alimentação para representantes de mais de 15 comunidades da periferia. Durante todos os finais de semana de dezembro de 2009 e janeiro de 2010 foram realizados debates, apresentações de música, teatro, cinema e poesia e uma rica troca de experiência entre eles. “Tivemos acesso a três coisas básicas com o encontro: transporte, voz e pão”, sintetiza Rogério.
O Quintal é um espaço lúdico numa região de muitos problemas. Muitos jovens da comunidade morrem nas mãos do tráfico ou da violência policial.
Todo o ano, na época das chuvas, a rua alaga e a falta de saneamento deixa os moradores a mercê de doenças que poderiam ser evitadas com um simples investimento do poder público. Pelo resultado do trabalho realizado até agora, o grupo do Quintal tem uma certeza: “Se conseguirmos mais financiamentos para nossos projetos a violência vai diminuir”.
“No fundo, no fundo, uma coisa não tem nada a ver com a outra e tudo tem a ver com tudo” (Rogério Dias)
Do alto dos seus 15 anos de palco, com o mesmo figurino usado em sua primeira apresentação, o palhaço Bolinho da Silva Tranquilo e Calmo conclui: “Estamos buscando a humanidade, o respeito com os viventes do planeta. Acho que o mundo tem solução”.
Quintal Cultural - Encontro da Multiplicidade Artística Periférica
Área: Artes Integradas
Proponente: Rogério Dias
Cidade: Maceió
Estado: Alagoas
Objetivo: Realizar o encontro da Multiplicidade Artística Periférica, com teatro,música, dança, áudio visual, hip hop e cultura tradicional das Alagoas.
O objetivo dessa ação é consolidar o movimento Quintal Cultural como elo unificador do movimento cultural da periferia de Maceió, reiterar a necessidade de trabalho em rede por meio de intercâmbios e fortalecer a ideia de atividades comunitárias que criam tradição.
Valor: R$ 9.200,00
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