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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quintal cultural comemora 170 Edições

O Quintal Cultural criou cultura, a cultura de reunir pessoas da periferia por meio da arte para pensar, discutir e intervir na comunidade.

O Quintal fez escola e inspirou nossos irmãos da Vila Ematé e do Jardim Alagoas a fazer centros culturais em suas comunidades.
Porém o mais importante é a nova geração que surgiu a partir desse movimento, crianças e jovens que tomaram para si a responsabilidade de continuar uma idéia que não pertence mais aos idealizadores, pertence à nova geração que está construindo outra história.
No sábado anterior (04 de setembro de 2010) tivemos uma ótima surpresa, as crianças montaram tudo, teve teatro, recital de poesias, sarau ao som de flautas, dança e ainda montaram uma mesa com venda de bolo e suco obtendo 99% de aproveitamento das vendas, elas realizaram o Quintal Cultural que marcou esse novo momento.
Nesses três anos completados em 08 de setembro de 2010, comemorado em 11 de setembro de 2010, o Quintal Cultural foi sede de 234 encontros, entre ensaios e reuniões, 160 registrados em freqüência, (a freqüência existe a menos de dois anos) 169 edições semanais com 77 registros em freqüência, 14 registros pela imprensa e 46 registros juntando internet, fotos e vídeos, perfazendo um total de 131 sábados registrados e um total geral de 333 atividades em 3 anos.
Essa usina de conhecimentos continua agora com a presença marcante da cultura Hip Hop se unindo com o teatro a dança e a música, com Alyne Sakura e Andréia Carvalho na direção geral, Milena e Juliana na coordenação juvenil o Quintal segue seu novo rumo.
( Rogério Dias )
Nestes três anos muitas coisas aconteceram, o quintal foi palco para vários grupos de teatro com Albatroz e entre outros, muitos músicos e grupos participaram desse sonho que construímos pouco a poucos porem juntos, Clandestinos, poetas Periféricos, Dj PH, Vitor Pi, família das ruas, Resistência Reggae, banda Raggamuffin, Grupo malacada, Guerreiros da Zona Sul, coco de rodo do Jardim alagoas, Ophicina Dos Sonhos Banda Arcania, mestre Salú, dj Fael, jov mc, Juli Mem, O baque Alagoano, coletivo Afro Caeté. ufa desculpa aqueles que não me vem na memória agora .
Tivemos também varias visitas ilustres como Gorge Calheiros, Ricardo Cabús, Ação Real , POQ, PAP, capoeira Muzenza, Clara Suassuna, Paulo poeta, Hermam Braga, Tido Moraes e entre outros.
Desde já agradecemos a presença de todos e sabemos que o Quintal Só deu certo por que pessoas como você acreditam que podemos mudar ´´ o mundo´´ com Cultura e arte.
E que é só o começo!!!




QUINTAL Cultural Texto de Sandreana Melo‏


´´Poder Participar da comemoração de 03 (três) anos de Atividades de mobilização social e cultural realizadas pelo Quintal Cultural foi um grande privilégio, tanto do ponto de vista pessoal, quanto profissional, mas principalmente humano.
A intervenção ocorreu com uma lata vazia e alguns baldes, onde foram acrescentados cal, tonalizante, rolo, broxa, boa vontade, e algo que acho muito importante no mundo trabalhar em pró da coletividade, mesmo numa pequena ação para mudar a realidade vista, ouvida e vivida, uma atitude simples, mas que demonstrava para todos, que ali estavam, sua importância.
Direta ou indiretamente, venho acompanhando o processo de criação e transformação desse sonho coletivo, que se tornou realidade graças à persistência do grupo que compõe o Quintal, e aos que deram origem, como Rogério Dias, Fagner do Brow, Gabriela Cosme, Antônio Severino (Tônho), Eliane, Elias, entre tantos outros amigos e sonhadores que contribuem com sua arte, seu talento e boa vontade.
Todo esse conjunto estrutural foi e é importante para o Quintal continuar atuando na vida de crianças, jovens e moradores do Bom Parto, assim como sendo exemplo para outros seguimentos sociais.
O Quintal é o tipo de mobilização social que está ocorrendo em Maceió, de propriedade física e intelectual que vem grande da massa social, ou seja, vem especificamente da periferia. Vejo no quintal um referencial para outros bairros, como já vem acontecendo no Jacintinho com o Mirante cultural, no Vergel Núcleo Cultural da zona Sul, no Village Campestre, atividades de mobilização que estão sendo desempenhadas por estudantes, representantes das próprias comunidades, grupos de percussão como Orquestra de Tambores, Afro Caeté, Baque Alagoano, afoxés, grupos religiosos de matriz africana, assim como tem o apoio e a ação de intelectuais, entre os mais assíduos, o antropólogo Christiano Barros, o sociólogo Edson Bezerra (Bananola), o historiador Clébio Araújo, que também fazem parte desse processo.

O Edson Bezerra enfatiza em seu discurso que processo alagoano de mobilização social das massas, onde segundo ele acontecerá quando a grande massa invadir o centro e as áreas mais privilegiadas da cidade de Maceió, esse processo irá causar um grande impacto na estrutura social e cultural dessa cidade, espacialmente dividida em duas Maceiós. Concordo em parte com seu discurso, porém na minha concepção, essa mobilização social não vai acontecer, já está acontecendo, não de uma forma impactante para a outra Maceió, mas de forma silenciosa, com pequenas ações realizadas por esses grupos locais, lutando para mudar a própria realidade, dentro da Maceió periférica, buscando impactar seus próprios moradores, fazendo com que estes não esqueçam seus sonhos, e nem deixem de sonhar com uma realidade mais digna e humana, onde políticas públicas básicas não tornem-se jargão político para tantos que vivem e sobrevivem da adversidade social de grande parte da sociedade Maceioense e Alagoana. ´´

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